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Buscar ajuda pode ser uma tarefa árdua para muitos pastores!


O sofrimento pastoral ainda é tabu para muitos meios eclesiásticos, sendo visto comumente como consequência sofrida pelo próprio pastor que não caminha no trilho da vocação ministerial, ou que tenha uma falha em sua espiritualidade, ou que tenha pouca capacidade de auto gerenciamento, ou que tenha se desviado por algum pecado, ou que tenha uma personalidade “complicada”, ou ainda que não tenha competência para atender as demandas ministeriais requeridas etc. Conclui-se com certa frequência que se o pastor está sofrendo é porque algo nele como indivíduo não está adequado.


Raramente instituições fazem leituras do funcionamento de seus sistemas num reconhecimento de disfunções em seu modelo eclesiástico que comprometem a saúde de sua estrutura relacional. Mesmo porque, transferir a responsabilidade de um adoecimento, a falta de competência ou inferir uma falha espiritual ou de caráter ao indivíduo pastor facilita o seu descarte e é uma forma de manter intacto o status quo do sistema institucional.


Certamente há responsabilidades individuais e é importante averiguá-las também. É fato que existem pastores arrogantes, narcisistas, antiéticos, interesseiros, desajustados, incompetentes, incoerentes, abusivos, perversos e com personalidades complicadas. No entanto, não podemos deixar de também sinalizar que encontramos igrejas com os mesmos predicados e que podem se tornar “assassinas” de seus pastores. E, infelizmente, de bons pastores.


Buscar ajuda pode ser uma tarefa árdua para muitos pastores. Não me refiro àqueles pastores que se percebem, de forma alienada, como auto suficientes e por isso não buscam ajuda. Mas, me refiro àqueles pastores que sofrem isolados as suas dores, tendo pouca coragem em externar suas dificuldades, porque já se descobriram em terrenos altamente minados e perigosos. Caso sinalizarem que estão caminhando para uma depressão, por exemplo, os amigos que se apresentam, geralmente são mais “amigos de Jó” do que amigos com capacidade empática para ajudar de fato. Infelizmente a consequência de abrir o coração para “amigos de Jó” pode ser um buraco a mais que o pastor encontrará em seu caminho.


Penso que as igrejas contemporâneas, em termos gerais, sejam históricas, conservadoras, reformadas, pentecostais, neopentecostais ou comunidades livres, estão com a espiritualidade em baixa e isso se reflete especialmente na forma como organizam suas estruturas relacionais.


Quem sabe devêssemos, pastores e igrejas, nos ocupar mais com a redescoberta da prática do amor, do perdão, da misericórdia e da compaixão, para voltarmos a viver o verdadeiro sentido de sermos igreja.

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