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O verdadeiro eu que mora lá em casa!


Quando voltamos para casa, no convívio com a família, filhos e cônjuge, a parcialidade do nosso eu, apresentada nos encontros esporádicos fora de casa, vai-se ampliando na apresentação de um eu mais verdadeiro, menos fantasioso.


Matew Kelly refere em seu livro “Os sete níveis da intimidade” (2007) que a apreciação de pessoas em convívios esporádicos pode nos levar a imagens mitificadas de nós mesmos, nas quais nós mesmos passamos a acreditar. A intimidade com a nossa família, especialmente com o cônjuge, nos resgata desse mundo de faz-de-conta da imagem mitificada criada em encontros e apreciações eventuais.


Kelly enfatiza que a intimidade nos ajuda a nos manter honestos. O outro íntimo é para nós um espelho necessário para que nos vejamos e nos conheçamos. Isolados e sozinhos ficamos sem referência, sujeitos a todo tipo de fantasia sobre nós mesmos. A intimidade nos mantém presos a realidade, arrancando-nos de nossos mundos imaginários e não permitindo que nos enganemos a respeito de nós mesmos.


No entanto, muitas vezes preferimos viver com nossas fantasias do que no mundo real e esse pode ser um dos principais motivos porque evitamos a intimidade. Deparar-se com o eu verdadeiro, espelhado no feedback de quem consideramos íntimos, pode ser bem mais trabalhoso do que nos relacionarmos superficialmente com pessoas que bajulem o nosso eu mitificado. É bem mais fácil teatralizar fora de casa, seduzir corações na apresentação de um eu parcial, do que conviver intimamente com o cônjuge, com os filhos.


Na intimidade é preciso estar disposto a tirar as máscaras, baixar as defesas, deixar de lado as arrogâncias, os narcisismos, os fingimentos e revelar a nossa verdade nos encontrando corajosamente com o nosso eu verdadeiro. Esse eu que economiza sorrisos, abraços, gentilezas e nem sempre filtra seus humores na convivência com as pessoas que professa serem as mais significativas.


Quando nos posicionamos abertos, dispostos a crescer e a evoluir facilitamos a intimidade e a convivência. Paramos de insistir na manutenção da imagem mítica criada em encontros esporádicos e aceitamos o desafio de modificar os aspectos que clamam por mudanças. Sim, as mudanças do verdadeiro eu que mora lá em casa.

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